Sasuke Retsuden: Os Descendentes Uchiha e a Poeira Estelar - Capítulo 4
Como diariamente, os prisioneiros dirigiram-se para o seu local de trabalho — com os rostos cansados. Todos os dias Sasuke acordava com o nascer do sol, comia suas refeições e ia ao trabalho, e quando o sol se punha, depois de jantar e tomar banho, retornava para sua cela. Do lado de fora, isso parecia uma vida sem liberdade, mas durante a folga do rigoroso cronograma, todos tinham seus próprios afazeres. No caso de Penjira, eram seus jogos de azar. Para Ganno, era desenhar nas unhas. E para Jiji, era brincar de adivinhar os patrulhamentos diários de Menou.
“É isso ai! Outra vitória hoje…”, as tábuas do chão do corredor estavam rangendo, Jiji ergueu as mãos para o ar e gritou. “É A DÉCIMA VEZ SEGUIDA!”
“Jiji, sua percepção está ficando cada vez mais ruim. Fazem três dias desde que eu vi Menou à noite“, Ganno disse com as costas encostadas na parede, sua concentração focada em pintar as unhas. À noite, Jiji sempre se perguntava se Menou viria ou não para patrulhar o quartel dos prisioneiros — chegando para manter todos em seus lugares. Ganno e Penjira prestavam pouca atenção ao recorde de patrulhamento de Menou. Ao contrário dos guardas que os rostos apareciam em um determinado horário todos os dias, Menou era o rosto menos frequente.
“Os animais são legais, com certeza. Eu tinha uma namorada que tinha por hobby cavalgar, mas eu não entendo muito sobre isso”, quando Menou se aproximou da cela, a boca de Penjira começou a cair lentamente em uma carranca. Mesmo achando engraçado brincar com Menou, ele odiava avidamente a visão da besta, “Jiji, você brinca muito com o Menou. Você não tem medo?” “Idiota, está tudo bem. A menos que eu não viole as regras, Menou não vai me atacar”, uma sombra enorme apareceu sobre as lanternas da cela. Parecia um guarda, mas a enorme figura de Menou se aproximou ainda mais.
“Olha, venha aqui ver isto”, Jiji pegou um dos galhos de árvore que Ganno usou para fazer de pincel, colocou entre as grades de ferro, as cerdas na ponta balançando na direção de Menou. Os olhos da besta se fixaram diretamente nas cerdas. Olhos amarelos balançando enquanto o ramo se movia.
“Vamos lá”, Jiji sussurrou amigavelmente. Menou se aproximou lentamente até as grades de ferro. Jiji engoliu seco quando a ponta do nariz da besta roçou levemente a haste do pincel balançando. Ele meio que se comportou como um gatinho.
“Ele veio mesmo…”
Estupefato e surpreso, Penjira sussurrou, ”Huh? Por quê?” “Esse carinha aqui está sempre amontoado sob aquela árvore, honestamente, eu não acho que ele coma frutas, mas ele sempre às cheira. Acho que ele gosta”, Jiji murmurou enquanto prestava a atenção em Menou a sua frente.
“Você é insano. Não tem como ele se conter… E eu gostaria de manter os meus braços”, Penjira grunhiu.
“Sasuke, venha ver”, Jiji o chama animado.
“Eu terei problemas se perder meu braço direito.”
“Eu não vou ai”, Penjira disse ao mesmo tempo que Sasuke, e com um suspiro, Jiji olhou para Ganno.
“Tenho certeza que está tudo bem…”, Ganno se levanta da cadeira e se aproxima das grades de ferro. Estendendo suavemente seus braços magros e queimados pelo sol através das aberturas das grades, ele colocou a ponta do dedo na testa plana de Menou. Depois de algumas cutucadas com o dedo na pele dura da besta, os olhos finos de Menou se tornaram grandes e arredondados.
“Ohhhh incrível!”, Penjira estava com os olhos arregalados de espanto.
“Vamos Sasuke, tente também!”, Ganno o chama.
“Não, já disse para parar com isso”, Sasuke balançou a cabeça pela insistência de Ganno.
Se a besta se lembrasse que estava com fome, ele comeria Sasuke em nome da vingança. Vendo Ganno mexendo com a besta sem nenhum problema, Penjira se levanta e diz, “Vou tentar um pouco”.
“Vem!”, Ganno cede seu lugar para Penjira. Ele se encosta nas grades de ferro e estende as mãos — os dedos dos pés ligeiramente para fora da cela. Simultaneamente, os olhos de Menou voltaram ao normal.
“RECUEM!”, antes que Sasuke pudesse se mover, Jiji, que estava próximo, agarrou o ombro de Penjira puxando-o para trás quando Menou saltou para frente, e passa a bater nas grades de ferro. Perto de uma das aberturas das grades, a garra de Menou bateu sobre a lanterna improvisada no chão. “GYAA-hnn!”, a fera guinchou — o óleo quente da lanterna havia caído em suas garras.
A besta imediatamente se vira e foge dali. Mesmo com a lanterna quebrada em pedaços, esparramando as chamas, as mesmas não esquentaram o chão gélido. Penjira estava caído no chão, ainda sem cor. “Minha nossa… Isso foi assustador…”, Jiji murmurou.
“Eu era o único que estava com medo, idiota”, Penjira começa a tremer, e Jiji bate em sua nuca, pensativo, “Aquele cara… Por que ele pulou assim? Ele estava quieto até pouco antes”
“Os pés de Penjira. Seus dedos estavam para fora da cela”, Sasuke respondeu, pegando os pedaços da lanterna quebrada. Você é livre para fazer qualquer coisa antes de ir para a cama contanto que não saia da cela, “No momento em que você pisou fora da cela, violou as regras.”
“É-é isso? Como me permitem pôr a mão para fora, mas meu pé não?”
“Não é bom que qualquer parte de seu corpo saia da cela. Mas eu acho que para Menou, seu padrão de ‘sair’ trata-se de seus pés fora do limite das grades”, quando Jiji explicou, Penjira concordou.
“Entendo”, ele se convenceu, “Obrigado, Jiji, se não fosse por você, Menou teria arrancado meu rosto.”
“Bom, não me agradeça, a salvação foi o óleo sendo derramado nas garras dele, porquê aquilo fez com que ele fugisse aos gritos”.
“Deveria se desculpar comigo também, já que desperdiçou óleo valioso…”, Ganno engatinhou em direção ao resto do óleo que sobrou.
Sasuke reacende a lanterna usando faíscas de seu Chidori. As labaredas da chama alaranjada cintilavam, o núcleo de óleo balançando. Chamas remanescentes do fogo, Sasuke pensou em Naruto e na aldeia. E em Kurama também.
“Vocês fizeram alguma coisa? Ouvimos um barulho alto”, os guardas vieram para investigar. Os olhos de Sasuke estavam presos nas chamas, enquanto Jiji e Penjira mentiam para os guardas — fingindo que tinham acabado de lutar entre si.
Entre as doze constelações, há uma fogueira. Estava desenhada no mapa astronômico, e nas cartas, apenas uma simples fogueira com chamas que se assemelhava aos pêlos de Kurama. A forma das chamas queimando parecia o formato de nove caudas.
Será possível? Sasuke pisca e volta a realidade. É uma pequena fonte de calor e luz que se alimentava de oxigênio que o mantinha vivo. Aquela pequena faísca à sua frente não é a mesma que a da imagem. Todo fogo é laranja, e esse não seria diferente. É apenas a reação de combustão da combinação de oxigênio. O fogo não é a única coisa laranja no mundo que existe. Seria essa fogueira a imagem da constelação de setembro?
Contudo, e se não se tratasse de uma fogueira… Onde se encaixaria a raposa de nove caudas?
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“Besta de caudas”
Sasuke falta em seu trabalho na prisão para encontrar Sakura em direção oeste, próximo as estantes
“…Hein?”, ela perguntou. Evitar conversa paralela e ir direto ao ponto, era exatamente como Sasuke fazia. Sakura estava bem familiarizada com o jeito dele de ser simples e direto, contudo, levou alguns segundos para responder — suspirando.
“Se trata das constelações do mapa astronômico. Dez das doze constelações representam as bestas de cauda”, explica.
“Hummm” A besta de uma cauda representada pelo cão-guaxinim pai e o cão-guaxinim filho que brincavam nas dunas de areia. O gato que observava a chama da lanterna, era a besta de duas caudas. A tartaruga subindo a montanha rochosa, a de três caudas. O macaco desenhando no chão, representando a besta de quatro caudas. O cavalo branco nadando no mar representava à cinco caudas. O sapo e a lesma que saíam do pântano representava a seis caudas. A sétima constelação era representada pelo tronco de uma árvore.
“A besta de sete caudas era o besouro, Choumei”, Sasuke coloca o mapa astronômico no pódio para dar uma segunda olhada. Se você olhar bem de perto, verá os besouros no tronco, enxameando ali a seiva que pendia da árvore.
“Ah, sim. A constelação não se trata da árvore em si, mas os besouros que a enxameavam”, Sakura diz. A vaca representa a besta de oito caudas, Gyuuki, sendo a mistura de um boi gigante e um polvo. A fogueira com suas chamas representa as nove caudas. Era como ver as caudas de Kurama por trás. Finalmente, a constelação de outubro — o gigante nascendo da terra — representando a besta de dez caudas.
“Quer dizer que os outros dois são…” À esquerda tinha um homem de cabelos grisalhos que segura sua bengala e o pastor que observa o céu estrelado.
“O Sábio dos Seis Caminhos e o astrônomo Tataru”, Sasuke terminou o raciocínio de Sakura.
“É bem provável”. Dizem que o Sábio dos Seis Caminhos dividiu o chakra da besta de dez caudas em nove lugares, e separou uma das outras enquanto estava à beira da morte, mas isso aconteceu depois do mapa astronômico ter sido elaborado. Eles ainda não podiam ter certeza de que os nove animais nas constelações estavam de fato relacionados às bestas de caudas. Independentemente disso, parece que o Sábio dos Seis Caminhos se acrescentou, assim como Tataru, junto dos dez animais de cauda, propositalmente ajustando o número de ilustrações de dez para doze. O calendário que eles usavam agora era o mesmo desde o tempo em que o Sábio dos Seis Caminhos viveu, e estes foram ajustados apenas para o mesmo número dos meses do ano? Ou há outro significado para o número doze…
“… Então, Sakura, o que você tem para mim?” Sakura levanta o rosto do mapa astronômico, com muito entusiasmo.
“Uh, então, eu entrei no escritório de Zansur hoje. Tem um mensageiro da capital que está vindo para o Instituto”, Sakura continuou, “Toda informação que eu tenho sobre os líderes políticos de Redaku, foi transmitida pelo de Kakashi. Deve ter havido uma colaboração em um plano com a rainha Manari para travar uma guerra com outro país. Será que o chefe de Estado enviou essa mensagem ao diretor? Esta é a nossa chance. Irei me transformar no mensageiro para encontrar com Zansur.”
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Mais tarde, em frente ao portão principal do Instituto de Astronomia, Fundaru removeu seu manto sujo. Na frente de seus olhos, uma grande parede de tijolos obstruía sua visão do portão principal. O design do portão era incomum. O lugar era banhado pela luz do sol, que decorava os tijolos para um tom acinzentado, protegido também por camadas de barras de ferro. Dandelions começavam a florescer no entorno da área, embora a chegada da primavera não tivesse nada a ver com aquilo. Era deprimente só respirar aquele ar.
O plano de Fundaru era transmitir a mensagem e retornar para informar o Primeiro Ministro.
“Bem-vindo ao Instituto, obrigado por vir”, Fundaru achou que seria recebido por algum homem forte, mas era uma jovem mulher que apareceu no lugar. Seu cabelo rosa, parecido com a cor das cerejeiras, e o tom brilhante de seus olhos verdes fizeram a sensação deprimente que aquele lugar transmitia desaparecer.
“Ah… Vim da capital de Redaku. Eu trouxe uma mensagem do Primeiro-Ministro Minoru-sama, para o Sr. Zansur”, Fundaru mostra a parte superior de sua bengala para Sakura. Havia uma esculpido um falcão, o testemunho de uma missão oficial.
“Estamos ansiosos para escutar o que tem a dizer”, Sakura manteve seu sorriso enquanto continuava, “Obrigado por vir de longe, e peço desculpas por perguntar, é que Zansur é muito ocupado. Você se importa em falar comigo? Estou com tempo livre agora”.
“Claro, não é um problema”, guiado por Sakura, ele entrou no prédio principal.
“Do que se trata a mensagem de Minoru-sama?”, Sakura pergunta de maneira informal e um pouco reservada. Fundaru olhou em volta antes de prosseguir: “Não sei ao certo os detalhes. Mas, Minoru-sama me disse para falar sobre o progresso.”
“Progresso? Como assim?”
“Eu de fato não sei ao certo o posso te dizer”, era o protocolo básico da missão evitar falar sobre a bagagem transportada ou quaisquer cartas específicas que poderiam ter em posse.
“É a primeira vez que se encontra com o Sr. Zansur?” ela sabia que ficar em silêncio parecia suspeito, então deveria ter cuidado ao fazer mais perguntas.
“Formalmente, sim. Embora já tenhamos nos encontrado muitas vezes durante suas visitas ao palácio”, ele respondeu.
“Ah sim… Quando foi a última vez que o Sr. Zansur esteve na capital?”
“Foi no verão passado. Quando ele foi se encontrar com o Primeiro-Ministro, Minoru-sama. Minha esposa trabalhava como uma sacerdotisa do palácio real, e eu era o encarregado pela supervisão do Sr. Zansur”.
Eles caminhavam ao longo do corredor sem rumo. Quando entraram em uma grande sala no terceiro andar, sentiram um forte cheiro de poeira, que inflou as narinas de Fundaru. A sala provavelmente era para algum estudo de observação astronômica, o modelo celestial era circundado por uma misteriosa estrela que circulava em torno de uma outra vermelha localizada no centro, como um relógio cheio de engrenagens.
“Mas e então, onde está o Sr. Zansur…?”, a ansiedade o dominou, Fundaru olha ao seu redor e se vira para a mulher que o acompanha até o momento.
“Estou indo” —TO-N! Fundaru foi leva uma pancada.
“Ele ficará bem”, Sakura, que ao utilizar o jutsu de transformação para ficar como Fundaru, olha para Sasuke com as mãos em seu quadril.
“Agora! Sasuke-kun, é a sua vez.”
“Eu já iria transformar também”.
“Não há outra opção no momento”, ela responde, orgulhosa.
A estratégia era simples. Sakura, se passa pelo mensageiro do Primeiro-Ministro, Fundaru, nisso ganharia tempo enquanto coleta o máximo de informações sobre o misterioso instituto astronômico corporativo e também sobre o próprio Primeiro-Ministro o quanto possível — isso enquanto Sasuke investiga o porão secreto.
Depois, eles enviam Fundaru para a capital, dessa forma, ele relata seu encontro com Zansur, uma reunião que não passaria de uma ilusão criada por um genjutsu.
“Afinal de contas, essa é a função do jutsu de transformação”, Sakura diz enquanto segura a bengala que Fundaru trouxera. O mais adequado, é que ela fosse do tamanho mais próximo possível da altura de Sasuke original, já que o jutsu consome uma quantidade de chakra grande para mudar o tamanho. Mudar para algo inorgânico é mais difícil do que se transformar em alguém. Sasuke tinha experiência em se transformar em shuriken e kunai, mas uma bengala era a primeira vez.
Vale a tentativa. Ele levou cerca de um segundo para tocar o material, dessa forma ele descobriria do que é composto. Sasuke então inicia um processo onde molda o seu chakra e o forja. —POOF.
Houve uma pequena explosão. Sasuke então se transforma na bengala, o som da madeira seca entoa quando a mesma atinge o chão.
“Está perfeito!”, Sakura pegou a bengala. A situação era um pouco estranha, mas os preparativos corriam em ordem e ia muito bem até o momento. O resto do plano seria fácil. Sakura sobe as escadas, imitando os movimentos de Fundaru, faz uso da bengala a cada passo dado. Ela bate de modo suave na porta do escritório do diretor. Quando Zansur vê o rosto de Fundaru — Sakura transformada — o convida imediatamente para entrar.
Para Sasuke, que estava acostumado a trabalhar sozinho e bem distante da aldeia, a estratégia de confiar em parceiros para missões como essa era no mínimo inusitada porém reconfortante. Zansur pede para que Fundaru se sente próximo a ele, mas ele permanece recostado logo a frente da poltrona. A parte de trás da sala tinha uma mesa e um design moderno que não era usual para Redaku. Ela observa tudo que há no cômodo com seu chakra, pois era certo que ali teria uma porta secreta, que por certo tem uma escada que dá acesso ao segundo porão.
“Como está o Primeiro-Ministro? Eu não o vejo mais ou menos um ano e meio”, Zansur sentou-se em sua poltrona, relaxado, começa a trabalhar após pedir para ver o falcão na bengala — para se certificar que era o verdadeiro mensageiro do Primeiro-Ministro.
“Ele está bem, assim como a rainha Manari”.
“Isso é o que importa. Penso nisso muitas vezes enquanto trabalho”. Depois das formalidades, ele volta o olhar para a janela, “Oh, veja isso, começou a chover” , Zansur se levanta para observar a chuva por sua janela.
No momento em que ele olhou para o outro lado, Sakura solta a bengala sem fazer barulho e o objeto vai rolando pelo tapete até o outro lado do escritório, parando pouco antes da divisão entre o escritório e o quarto.
“Pensei que estava chovendo, mas parecia que sim… Me enganei”, Zansur se senta novamente na poltrona. Sasuke se transforma de volta para sua forma real sem um som ou vibração. Ele então entra e permanece em um ponto cego localizado na borda da parede, ele entra no quarto dos fundos e examina meticulosamente todo o cômodo. Uma estante de madeira e uma cama. Ele viu uma porta de bronze embutida na parede dos fundos.
Provavelmente, essa era a entrada para o segundo porão, mas infelizmente, se ele ficasse de pé na frente da porta de bronze, correria risco de ser visto. Sasuke olha a sua volta.
“A escassez de água na capital, ouvi dizer que se complica cada vez mais”.
“Sim, parece que sim. Embora não tenha tanta importância, já que a comida no palácio real é sempre uma prioridade.”
Zansur falava com Sakura, de costas para Sasuke. Sasuke se move para conseguir abrir a porta de bronze, exposta bem à sua frente. Ele vira a maçaneta na esperança de que Zansur tivesse esquecido acidentalmente de trancá-la, mas a porta estava trancada. Não estava dando certo. Talvez ele pudesse abri-la à força. Havia muitos ninjas que usavam seu ninjutsu para abrir fechaduras, o método de cada um, contudo, varia.
Kakashi frequentemente derretia o metal com calor ou fogo para forçar a abertura da fechadura. Se fosse Shikamaru, uma pequena sombra agiria como uma chave. Naruto giraria a fechadura com uma rajada de ar.
Já a especialidade de Sasuke era o estilo fogo. Ele costumava usar o método de Kakashi, mas decide pensar em outra opção. Se ele derretesse a fechadura, ele deixaria muita evidência. Ele olha de volta para Sakura, e faz um sinal para que arranje mais tempo. Ela volta seu olhar para Sasuke, e começa a falar de outros assuntos com Zansur.
“Na verdade, Sr. Zansur, já nos conhecemos antes. Você visitou o palácio real no verão passado. Naquela época, eu o cumprimentei uma vez”.
“É mesmo? No verão passado, foi logo depois da morte do último rei. A rainha Manari ainda era tão jovem, tenho certeza de que todos vocês que trabalham para o Primeiro-Ministro estão ocupados… Falando nele, vamos falar de uma vez sobre sua vinda até aqui”.
“Entendo. Ah, mas tem uma última coisa que eu queria te perguntar. A sacerdotisa que cuidou de você durante a sua visita, ela era na verdade minha esposa! Você se lembra de alguma coisa sobre ela?”, enquanto Sakura ganhava tempo com conversa fiada, Sasuke colocou as pontas dos dedos na abertura da fechadura e moldou seu chakra, cria neste momento uma chave. Ele não poderia fazer algo tão complexo quanto as chaves originais.
A técnica não era a mesma que fez com a criação do anel de Sakura, pois ele teria que operar delicadamente seu chakra nas dobras exatas do lado de dentro da fechadura. Ele teria que moldar fazendo uma chave de terra fria e bem solidificada. No entanto, esse material facilmente desmoronaria sob qualquer tipo de força se não compactado com sutileza suficiente.
“Acho que foi uma coincidência que minha esposa estivesse encarregada de sua visita, Sr. Zansur, fiquei lisonjeado”.
“Por favor, me fale se há algo mais que eu possa fazer por você, mas enquanto isso, vamos ouvir sobre essa mensagem do Primeiro-Ministro.”
“Sim, sim, você está certo. Me desculpe ter falado por tanto tempo. Falar demais nesse tipo de trabalho de comunicação tende a fazer com que o Primeiro-Ministro mostre muito mais compaixão. Acho que vem da minha infância e educação porque eu cresci em uma casa com seis irmãs. Minha avó e mãe elas gostam de conversar também…”
“Sr. Fundaru”, a voz de Zansur tornou-se inflexível, “Deixe-me ouvir a sua mensagem”.
“Tudo bem, vamos lá.” Sakura, disfarçada de Fundaru, encolheu os ombros.
“Parece estranho, mas fui informado apenas com uma palavra: progresso. “O progresso está indo bem”… Eu não sei do que se trata tudo isso”.
“Hum, parece que foi o Primeiro-Ministro mesmo… Certo. Por favor, diga a ele que podemos enviar as forças solicitadas até a capital e também para a aldeia de Nagare em algumas horas, sempre que for necessário”.
“De acordo, e posso perguntar, quanto é essa ‘força’?”
“… Você não é apenas o mensageiro? Esta informação é altamente secreta. De qualquer forma, Minoru-sama sabe a que estou me referindo”.
Com o tempo que conseguiu, Sasuke finaliza a cópia da chave. Não tinha tido nenhum problema quando a inseriu no buraco da fechadura, mas quando ele girou para destrancar, ela se partiu ao meio, se desfazendo em pó. Não foi forte o suficiente? Ele se absteve de comentar enquanto puxava a metade quebrada e começou seu processo de moldar chakra mais uma vez.
Diante destas circunstâncias, ele não se controla, fica um pouco impaciente. O perigo latente não o atrapalharia se estivesse sozinho, mas a ocasião era outra, ele estava junto de Sakura.
“Te fiz muitas perguntas… Me desculpe.”
“Não precisa se desculpar. Ah sim, Sr. Fundaru, o que houve com a sua bengala?”
“Não entendi.”
“Você não estava aqui mesmo com uma bengala? Onde ela está?Não vejo em lugar algum…”, com o chakra transformando-se em terra firmemente compactada mais uma vez, Sasuke virou a chave. Só que agora, com a confiança de que a alça da chave quebrada e a parte recém-formada estavam bem unidas. Desta vez não quebrou, mas… Quando Sasuke foi testar a chave, o som das molas e os cliques das engrenagens ecoaram.
“Hn?”, Zansur começou a virar a cabeça para olhar para trás, ouvindo sons de fechadura. Sakura tirou a bengala real de sua capa e com ela bateu no chão com força.
“Ah, era dessa bengala que você estava falando, aqui está…”
Sasuke aproveita a oportunidade de Sakura ao chamar a atenção de Zansur para abrir a porta e entra rapidamente. Era escuro. Estava empoeirado e cheirava a mofo. Ele acende uma faísca na mão para olhar ao seu redor — uma escada em espiral abaixo está logo abaixo de seus pés. Esta é a entrada para o segundo porão? Ele não tinha muito tempo.
Sasuke desce lentamente as escadas com passos suaves. Na parte inferior, tinha uma porta de ferro que parecia familiar. Ele faz uma chave como fez anteriormente, e a destranca empurrando a porta pesada — uma onda de ar frio bateu nele. Ao mesmo tempo, som de asas batendo podia ser ouvido… Pássaros? Ele foi recebido com o grito de um pássaro. Eram galinhas. Elas todas se reuniram em volta de Sasuke, a todo momento bicavam e balançavam suas asas. Havia quarenta? Cinquenta delas? Por quê tinham galinhas em um lugar como este? Ao contrário do porão com escada espiral, escuro e empoeirado com ventilação mínima, este lugar tinha ar fresco, era um ambiente agradável.
Haviam legumes colocados em uma caixa e espalhados abaixo, aparentavam ser frescos, bem mais do que aqueles que os prisioneiros tinham que comer. Havia também água limpa. Perto de uma parede, rochas escavadas estavam empilhadas. A superfície delas era de irregular com pontos côncavos e convexos, como se estivessem tentando extrair algo. Quando ele estava trabalhando do lado de fora, viu um prisioneiro carregando uma rocha bem parecida. Sasuke estava confuso enquanto as penas das galinhas flutuavam pelos seus pés no porão. Uma tonelada de galinhas, pilhas de pedras empilhadas… Que lugar afinal de contas era aquele…?