Sasuke Shinden: O aluno estrela do Professor - Capítulo 4
No porto, dez marinheiros do navio cargueiro estavam esperando por Sasuke e os outros.
“Hokage-sama já nos reportou sobre tudo”
Um homem vestindo uma roupa que parecia mais elegante do que a dos outros — e que parecia ser o capitão — andou até Sasuke.
“O painel de controle do navio foi ajustado de acordo com a programação. Ele irá seguir viagem em dez minutos. Com o piloto automático, você seguirá em direção ao País da Água. Vocês estarão navegando pelo piloto automático até chegar a costa”
“Há mais membros da tripulação?”
“Não, todos já estão aqui”
“Er… então, será apenas esse pessoal no navio?”, Boruto, que estava ouvindo a conversa, perguntou surpreso.
“Sim. Seria perigoso se eles se envolvessem na luta. Logo que o navio aportar o cais, todos os membros da tripulação irão pular para fora — ainda próximo da terra firme”
“Eles estão presos ali, certo?”, Mitsuki disse olhando para o grande navio.
Aparentemente, Sasuke havia planejado preparativos escrupulosos em um curto período do dia. De acordo com o capitão do navio, o navio era o maior navio de carga da categoria, com oitenta metros no total, e pesava aproximadamente 1600 toneladas. Atrás do navio havia uma porta com uma ponte levadiça, e lá dentro, havia uma pequena doca — havia sido decidido que, em caso de emergências, eles poderiam usufruir de dois scooters que estavam lá.
O navio era dividido em três andares. Não havia outra maneira de descer ou subir os andares se não usar a escada principal que se localizada na parte frontal do navio — que começava na parte exterior e adentrava no mesmo.
“O fato de que conseguimos nos mover pelos andares através de apenas uma escada deixa fácil persegui-los, mas penetrar entre eles será um problema. É mais fácil chamar a atenção”, Mitsuki disse, franzindo o cenho.
“Podemos entrar de outra maneira”, dizendo isso, Sasuke apontou para o meio do navio. Quando todos olharam, repararam uma janela de forma oval, que correspondia ao segundo andar.
Esconder-se perto dessa janela antes do navio aportar e usar um momento de distração deles para adentrar o navio — esse era o plano.
Sasuke e Time 7 escalaram o navio usando o controle de chakra e ficaram perto da janela. Quando eles espionaram o lado de dentro pelo vidro, viram uma cama simples e um baralho dentro da cabine escura. Aparentemente, não havia nenhuma presença de qualquer membro da Religião da Lua Púrpura.
“Quando o navio aportar, vamos entrar”, com as palavras de Sasuke, todos concordaram com a cabeça.
O horário para a saída do navio era cinco horas em ponto. Na escuridão, eles esperaram pacientemente e ficaram escondidos.
“4, 3, 2…”, Sarada fez a contagem regressiva — olhando seu relógio de pulso.
“1, 0!”, cinco horas em ponto.
—BOOM
Com o som de um apito de vapor, o navio lentamente deixou o cais.
Notando que o porto se distanciava, Sasuke colocou as mãos no vidro da janela. A janela se derreteu como água.
“Whoaa!”
Pegando e parando Boruto, que havia escorregado por ter sigo pego de surpresa, Sasuke levantou o joelho e chutou Boruto para dentro — através da janela, no qual o vidro já não exista mais.
“Legal, tio! Como você fez isso?”
“Eu aumentei instantaneamente a temperatura do meu estilo fogo, comprimi bem na janela, e ela derreteu”, Sasuke disse, ao entrar pela janela. Sarada e Mitsuki seguiram-o.
Sem saber da localização dos inimigos, Sasuke ativou o Sharingan, porém, ele desativou em seguida e olhou para Sarada.
“Sarada, você pode verificar todo o navio com seu Sharingan?”
“Ah… sim. Mas tem problema de eu fazer isso ao invés de você, papai? Esse navio é grande, você deveria fazer isso…”
“Não tem problema ser você. Tente”
Era uma experiência preciosa em uma luta real. Era algo ideal para ele medir o crescimentos de seus estudantes. Algo que havia cruzado a mente de Sasuke foi quando ele havia lutado contra Momoshiki. Naquele dia, Naruto tinha deixado Boruto atacar, deixando o Rasengan por conta do filho. E também naquele dia, o próprio Sasuke se perguntava a razão de ele ter deixado um inexperiente Boruto atacar. Mas agora ele entendia muito bem os sentimentos de Naruto. Naruto havia feito Boruto acumular experiências em lutas reais.
Sarada fechou os olhos, concentrada, e então os abriu, mostrando seu Sharingan — com três tomoe.
“Há três grupos no total. Quatro homens no convés, quatro homens na parte inferior das escadas do segundo andar, um homem no extremo oeste do terceiro andar. E… há bombas instaladas”
“Bombas?”, Boruto gritou, olhando ao redor, “Onde estão e quantos são?”
“Aqui, ali, muitos”
“Você só pode estar de brincadeira…”
Sasuke fechou os olhos, ativando seu Sharingan secretamente, para checar se a investigação de Sarada estava correta. Eram oito bombas no total. A julgar por sua forma, elas não eram ativadas por vibração, mas sim por tempo.
“A partir de agora, iremos agir individualmente”, Sasuke os informou, fazendo todos exclamarem um ‘ahh?’ em sua direção.
“Isso quer dizer que teremos que nos separar?”, sendo perguntado por Mitsuki, Sasuke afirmou.
“Boruto ficará com o terceiro andar, Sarada com o segundo andar. Mitsuki, você fica com o convés. Não entrem em luta direta, os pegue de surpresa. E, se possível, não destruam tanto o navio”
“E você, tio?”
“Eu vou coletar as bombas”
Mitsuki e Boruto trocaram olhares. A expressão deles estava dividido entre ansiedade e excitação. A única que mostrava hesitação era Sarada, com os olhos para baixo, como se mostrasse preocupação.
“Você parece ansiosa, Sarada”, quando Sasuke chamou sua atenção, Sarada logo disse o que estava em sua mente, “… para ser honesta, eu estou um pouco preocupada. No show da Lily, enquanto eu e Mitsuki perseguia aqueles dois homens na audiência, o homem no telhado matou seus companheiros sem hesitar, calando-os… com um grupo desse tipo, eu me pergunto se ficarei bem…”
Sasuke lhe deu um meio sorriso, “Se você me perguntar, é exatamente isso que eles fazem. Aqueles que não considera seus amigos importantes são um lixo”
Aquila frase surgiu na mente de Sasuke de repente, e era a opinião de seu ex-sensei. Longos anos haviam se passado, mas ainda hoje, Kakashi ainda era seu sensei. Ele colocou a mão sobre a cabeça de Sarada, que ainda parecia ansiosa.
“Não faça essa cara. Eu não deixaria meus companheiros morrerem”, percebendo o que ele acabara de dizer, palavras que ele uma vez havia dito no passado, agora sendo ditas para a geração atual, o deixava estranho. Trazer para essas crianças coisas que adultos trouxeram para ele em sua infância, era algo estranho. Era como se ele estivesse estendendo esse legado.
“Sim. Eu acho que ficarei bem. Dê o seu melhor, papai”, Sarada murmurou, agora contente, olhando para a mão do pai em sua cabeça.
“Aham, e também, leve isso com você”
Sasuke colocou um pequeno dispositivo que se parecia com um relógio no pulso de Sarada. Na parte central do mecanismo, havia uma pequena abertura.
“Papai, isso é…”
Uma ferramenta científica ninja.
Era uma invenção inovadora, que fazia ser possível até para quem não soubesse ninjutsu a usa-los selados dentro de micro pergaminhos. Era uma das melhores ferramentas ninjas da Equipe de Ferramentas Científicas Ninja da Aldeia da Folha, e a aldeia tinha orgulho disso.
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Mitsuki escalou o lado de fora do navio e visualizou a situação do convés pelas sombras — mantendo-se escondido na corrimão do navio.
Não havia passageiros no navio, o convés era estreito, e a visibilidade era péssima. Não havia nenhuma figura humana se movimentando, mas ele podia ouvir murmúrios. Quando ele se aproximou da parte do navio onde era o embarque e desembarque — ainda se escondendo — ele pôde ver alguns homens pelas sombras dos botes salva-vidas empilhados um no outro. Eram quatro homens no total. Aparentemente, eles estavam cercando um objeto quadrado, e bolando algum tipo de estratégia.
“Seria natural achar que esse objeto é uma bomba…”
Mesmo que descobrissem que alguém estava ali, antes de tudo, ele deveria desativar aquela bomba. Mitsuki desapareceu nas sombras, e se aproximou lentamente dos homens, sem ser notado. Enquanto estendia seu braço mais do que o normal, atravessando a sombra de um dos homens, ele tocou no objeto com sua mão.
“Hey, o que é isso?”
Quando um dos homens o notou e gritou, a mão de Mitsuki já estava com o objeto. Mitsuki segurou firmemente o objeto e trouxe seu braço estendido de volta. Ele verificou o que estava em suas mãos.
“O que seria isso?”
Era uma caixa de acrílico vazia. Aquilo era uma matéria-prima para fazer uma bomba. Mitsuki jogou a caixa de acrílico no convés e esmagou com os pés. Dos quatro homens ali, dois apontavam uma arma para Mitsuki. Os outro dois estavam tentando correr para dentro do navio.
—BANG! BANG!
Houve dois tiros, mas nenhum deles ao menos arranhou Mitsuki. O genin se aproximou rapidamente dos dois homens, e pegou a cabeça de ambos os homens e bateu um contra o outro — os rostos batendo com violência, fazendo um barulho estrondoso. Enquanto um ficou caído no chão, o outro ainda conseguiu levantar e agarrou o pulso de Mitsuki.
Mitsuki jogou o homem contra a parede com toda sua força.
“Ahhh!”, o homem gritou. Mitsuki pegou o homem pelo pescoço e o apertou, comprimindo a artéria carótida. O rosto do homem começou a ficar roxeado, e no canto de sua boca, saliva escorria. As mãos do homem tentaram tirar as mãos de Mitsuki de seu pescoço, mas sem sucesso. Quando Mitsuki o soltou, o corpo do homem caiu no chão, desacordado.
“Certo, agora faltam dois”
Mitsuki teve apenas um curto momento de alívio.
—Doong!
De repente, um som estrondoso de alguma coisa grande surgiu pelo oceano. Surpreso, ele correu para o corrimão, e reparou a parte de trás do navio se abrindo. Os dois homens que haviam escapado haviam pego os scooters e estavam escapando do navio.
“Isso não é bom”
Mitsuki subiu o corrimão do navio e pulou para a superfície do mar, vinte metros abaixo —impulsionando-se pelo casco antes de aterrisar na água pela diagonal e saltar. Desse jeito, ele conseguiu alcançar um dos homens, segurando a parte de trás do scooter com as mãos.
“Droga! Me solta!”
O homem começou a dirigir o scooter em forma de zigzag, tentando se livrar de Mitsuki. Apesar de estar engolindo toda a água propulsionada pelo scooter, Mitsuki não desistiu. Ele conseguiu subir no scooter pela parte de trás.
“Você…!”
O homem apontou a arma, mas a distância era curta demais. Mitsuki pegou a arma fortemente com as mãos e apontou para o céu.
—BAM!
Com o ruído forte, a bala voo para cima. Com a mesma violência que Mitsuki pegou a arma, ele a usou para deferir um golpe na cabeça do homem.
“Ahh!”
Focando na mandíbula do homem, Mitsuki o nocauteou com o joelho — o homem desmaiou na hora.
“Um já foi, falta mais um…”, Mitsuki pegou a alavanca do scooter e apertou o acelerador.
—Wroom!
O scooter pegou velocidade imediatamente. Enquanto rajados de água eram expelidas pelas laterais do scooter por conta da velocidade, ele tentava se aproximar do outro homem.
—Wroom wroom wrooo—!
O motor rugia cada vez mais alto. O scooter ficava cada vez mais rápido e Mitsuki não desistia de ficar cada vez mais perto do inimigo. Porém, a distância dos dois scooters não diminuía. A performance dos scooters era a mesma, e o inimigo também dirigia em alto velocidade.
“Isso não vai dar certo se continuar desse jeito… se o inimigo diminuísse a velocidade pelo menos um pouco…”
Algo chamou a atenção de Mitsuki. Era um pequeno botão laranja que se encontrava ligeiramente a direita da alavanca do acelerador. Nesse botão, brilhava a palavra “Ignição”. O botão ignição… o botão que dava partida no scooter. Se ele apertasse aquele botão com o scooter funcionando, ele o desligaria na hora, diminuindo então sua velocidade. Mitsuki olhou para frente, o scooter do homem a sua frente teria esse mesmo botão. Cinco metros, essa era a distância que Mitsuki poderia tentar usar seu estilo vento.
Se ele conseguisse apertar o botão de ignição do oponente com seu estilo vento, ele poderia pegá-lo.
“Porém—“, Mitsuki ponderou, ainda acelerando o veiculo aquático.
Se ele abusasse muito de sua força no estilo vento, no pior cenário, ele poderia fazer tudo explodir. Mas em questão de segundos, Mitsuki recuperou a confiança.
“Está tudo bem. Eu consigo fazer isso. O botão do scooter não é tão frágil como um cubo de açúcar”, nesse momento, pequenos redemoinhos eram emitidos por sua palma.
“—agora!”
Mitsuki apertou os joelhos sobre o assento do scooter, para ficar mais firme no lugar — segurou o homem ali desmaiado com um dos pés, para que ele não caísse do scooter, e com isso, conseguiu deixar as duas mãos livres. Ele focou no botão e lançou um ataque com o estilo vento. A rajada súbita emitida pelo lançar do ninjutsu foi em direção ao botão laranja. Mitsuki não era capaz de enxergar se seu ataque havia chegado até seu alvo até—
—Daang!
O scooter, que voou com Mitsuki a bordo por conta do impacto de seu estilo vento ter sido arremessado, aterrissou na superfície do mar como uma bomba. Mitsuki apertou novamente a alavanca do acelerador imediato ao aterrisar.
—Wroom!
Cortando uma corrente de água, Mitsuki pegou velocidade novamente. Porém, o scooter do inimigo continuava na mesma velocidade.
O botão laranja do scooter do inimigo estava desligado.
“Eu consegui, mas—“, Mitsuki molhou seus lábios secos com a língua — em nervosismo.
O homem que estava a sua frente notou que algo havia mudado, e mesmo apertando a alavanca do acelerador, o scooter não pegava mais velocidade. A distância entre Mitsuki e o homem começou a diminuir.
“Logo eu vou pegá-lo!”
Mitsuki estendeu seu braço direito mais do que o normal no máximo que podia. Nesse mesmo momento, o homem olhou para trás, uma expressão surpresa estampada em seu rosto.
No segundo seguinte, o homem percebeu que algo estava errado. O scooter afogou, e deu um solavanco para frente com violência.
—Daang!
O corpo do homem foi arremessado para cima. O scooter alavancou para frente, e com o impacto sobre a água, explodiu.
“Ah… já era”, Mitsuki pulava sobre as ondas com o scooter, e esticando o braço como um chicote, ele pegou o homem que tinha sido arremessado pro alto. Ao pegar o homem que gritava coisas como “Me solte” e “Me mate logo!”, ele o calou com um soco com sua outra mão, e o colocou do lado do outro homem desmaiado no scooter com ele.
“Bom. Com isso, minha missão está completa”
Ao suspirar, ele diminuiu a pressão no acelerador.
No entanto, não parecia que a velocidade havia diminuído.
“Ehh?”
Dessa vez, ele tentou apertar o botão de ignição, porém, ao invés de parar, o scooter continuava a toda velocidade.
“… talvez esteja quebrado?”
Talvez seja por conta do impacto que o scooter já tivera com a água.
A velocidade só aumentava e aumentava. Se continuasse assim, ele perderia o equilibro logo. A fuselagem levantou um pouco, e com isso, algo parecido com um choque elétrico percorreu seu corpo. Se fosse apenas ele ali, ele poderia se salvar de várias maneiras, mas salvar os homens ali desmaiados em seus pés, era quase impossível.
Enquanto ele pensava sobre tudo aquilo, uma onda gigante se aproximava dele.
“Nada bom…”
Ele não tinha alternativas. Mesmo se ele tivesse deixado os dois homens num estado onde eles poderiam pelo menos falar, mesmo se algo acontecesse até com ele no pior das hipóteses, ele iriam ter que fazer aquilo de qualquer forma.
Mitsuki pegou os dois homens e os carregou com os braços. A qualquer momento ele seria atingido pela grande onda, e o scooter seria levado com ela. Naquele momento, ele iria pular com os dois homens nos braços, e aterrisar no convés, usando ele mesmo como um colchão. Ainda segurando os homens, se ele conseguiria chegar até ao navio em movimento ou não, era uma aposta. Pronto para o impacto, Mitsuki se preparou para pular alto. E no segundo seguinte—
—Ching!
Com um som que parecia um cristal quebrando, o scooter perdeu velocidade.
“Ehh?!”
—Crack-crack, era o som de algo cristalizando.
O scooter, que perdia velocidade, atravessou uma onda levemente elevada, e finalmente parou. Apesar do fato de ele estar no oceano, um ar gélido domou todos os arredores de repente. Mitsuki não podia acreditar, ele expirava uma fumaça gélida.
“Isso é…”
O oceano que circundava o scooter estava congelado.
Quando ele virou-se para trás, uma ponte de gelo se estendia da proa do distante navio.
“Foi… Sasuke-san quem fez isso?”
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Boruto, que havia penetrado no terceiro andar (o mais baixo), pacientemente se escondia, e examinava seus arredores.
Dentro do navio, que era feito de pedaços de madeira, containers gigantes e altos estavam enfileirados e sua visão estava obstruída. No entanto, por outro lado, havia bastante espaço para ele se esconder.
De acordo com Sarada, havia apenas um homem no terceiro andar. Já que o homem estava andando entre os containers sozinho, ele poderia estar aproveitando para roubar algo, ou talvez, escolhendo um lugar para deixar uma bomba.
Boruto estava mais ou menos no centro do terceiro andar, e avistou a sombra de um homem encostado sobre um container. Como Sarada havia descrito, o homem estava aparentemente sozinho.
Escondendo-se através das sombras dos containers, ele juntou chakra em sua mão. Se o inimigo era só um, ele só precisava fazer um Rasengan e fazer o cara desmaiar, e fim de história. Todavia, para fazer o cara somente desmaiar e nada além disso, ele precisaria pegar leve. Além disso, a esquerda e a direita da distância em linha reta que unia Boruto e o homem, o canto dos containers estavam muito juntos. Ele teria que tomar cuidado para que os containers não atrapalhassem na trajetória.
Apontando para o homem, Boruto andou lentamente pelas sombras e jogou seu Rasengan — uma versão com poder ajustado para que ele não morresse.
—Bonk-bonk-bonk-bonk!
O Rasengan que ele jogou foi silencioso e fez o homem cair… ou pelo menos era isso que deveria ter acontecido, mas ao invés disso, abriu-se um caminho ao afastar dez conteiners que estavam alinhados a direita e a esquerda com um som estrondoso. Alguns destroços dos containers caíram sobre o homem, que acabou sendo atingido pela cabeça e desmaiou.
“Ehh? Por quê?”
Boruto, que estava perplexo por um segundo pelo containers terem se afastado mesmo ele tendo pegado leve com o homem, imediatamente entendeu o que acontece. Os containers que ele achou estar cheios, na verdade, estavam vazios, e eles não tinham forças para suportar o jato de ar do Rasengan que ele havia jogado.
A frente de Boruto, um pedaço grande de um dos containers caiu em cima do homem.
“Vishe!”
Boruto correu em direção ao homem, que estava completamente espalhado pelo chão, e removeu aquele pedaço de container. Ele arrancou o pano roxo que tampava o rosto do homem. Quando ele colocou o ouvido próximo de seu coração ele podia ouvir um som — tum-tum, tum-tum — e isso o deixou completamente aliviado.
“Ah! Fico feliz!”
“Me explique como que uma situação como essa te deixa ‘feliz’?”, Sarada o pegou no flagra, seu rosto aparecendo por um grande buraco no teto.
“Desculpa! O meu Rasengan foi um pouco forte demais…”, Boruto deu dois passos para trás para ter impulso e pulou para o teto, chegando ao segundo andar pelo grande buraco.
“Não me diga ‘desculpa’! Por causa do seu estrago, os inimigos correram mesmo eu nem ter tido ido atrás dele ainda!”
“Não deu para evitar, eu não sabia que os containers estavam vazios”
“É porquê você é irresponsável—“
—Crackle-crackle!
Um ataque feito com estilo relâmpago apareceu entre eles enquanto discutiam.
Sarada e Boruto pularam imediatamente, cada um para um lado oposto, e então se esconderam nas sombras dos containers.
“Quantos são?”
“Quatro! O cara que nos atacou com o estilo relâmpago está na sombra da porta!”
Trocando olhares, Boruto saiu da sombra do container. Ele foi diretamente para o inicio das escadas e chutou a porta para abri-la. Passando pelos fragmentos de madeira que voavam, um outro ataque com estilo relâmpago foi em direção a Boruto.
“Prepara-se”
Boruto, que havia assumido uma posição defensiva, se protegeu ao projetar uma parede usando o estilo água. Já que não era água pura, ela conduzia eletricidade. É lógico que a corrente elétrica do estilo relâmpago iria transpassar a parede de água.
“…tch!”
Uma dor similar a uma queimadura percorria seu braço e Boruto ficou desconcertado. O usuário do estilo relâmpago diminui a distancia entre eles. No momento que Boruto achou que estaria ferrado, o homem caiu, inconsciente. Sarada havia o atacado por trás.
“O que você está fazendo seu idiota!? É claro que o estio água deixa o estilo relâmpago transpassar!”
“Eu sei disso, ‘ttebasa”
Ele sabia. Porém, com a imagem da parede de água pura que Sasuke havia feito… ele acabou arriscando a usar o estilo água.
Sem tempo para reconsiderações, uma bala de arma de fogo quase atingiu seu pé. Adivinhando a localização do sniper — que estava no canto de uma tábua de madeira levantada do chão, Boruto seguiu caminho para o canto direito no início das escadas.
Começando a atacar, o homem que se escondia nas sombras de um reflexo de uma parede puxou o gatilho.
—Dong!
A bala, que parecia não ter um alvo, abriu um buraco num container que estava exatamente atrás de Boruto. Boruto tomou impulso com o corpo e correu até o inimigo. O homem focou dessa vez em Boruto.
Aproveitando a chance, Sarada, que estava logo atrás do inimigo, chutou as costas do homem.
“Shannaro!”
—Ka-bam!
O homem se curvou como um arco, e nesse momento, a ponta da arma estava para cima.
Boruto diminui a distancia imediatamente e torceu o pulso do inimigo, segurando a arma.
“Urgh…!”
Sarada agarrou o pescoço do inimigo, que havia perdido sua arma, e o apertou lentamente.
Colocando o homem desmaiado no chão, ela correu para alcançar Boruto, que já corria a frente dela, querendo pegar o próximo inimigo.
“Ainda há mais dois, né?”
“Sim”
Como eles haviam ouvido um som de algum veículo aquático, alguém estava usando os scooters. Tomando conhecimento daquilo, eles sabiam que ninguém tentaria escapar pelo último andar.
Ambos subiram as escadas correndo em direção ao convés.
“Onde aqueles caras vão…”
Não havia nenhum tipo de iluminação no convés, mas eles poderiam ver o suficiente se estavam sendo alvos por tiros a queima-roupa.
Boruto e Sarada, que haviam saído do meio da zona de tiro, ouviu um farfalhar de roupas, e pularam para o lado simultaneamente.
—Dong!
O tiro veio por trás. Mas eles não conseguiram descobrir da onde o tiro surgiu. Sarada ativou o Sharingan no mesmo momento.
“Atrás dos botes salva-vidas!”
“Deixa comigo!”
Boruto acumulou chakra nos pés e saltou para frente. Um alvo que se movia muito era difícil de focar com um scope. Boruto se movimentava por todos os lados, dificultando o atirador de calcular a distância. Ele chegou no campo de visão do atirador finalmente, e chutou seu rosto fazendo-o desmaiar ao causar uma concussão cerebral.
No momento seguinte, uma dor intensa foi sentida em seu ombro direito. Enquanto averiguava o sangue que percorrida por seu ombro, ele correu rapidamente para a esquerda. Ele conseguiu ver um homem se escondendo pela sombra de uma porta, com a arma apontada diretamente para ele.
Boruto pulou para trás, mas no fim, ele nem precisava — porquê uma shuriken que Sarada havia arremessado por trás cortou o cano da arma que o homem estava segurando em duas metades.
“Shannaro!”
Sarada que havia diminuído sua distância com o homem ao mesmo tempo que gritou, socou-o com todas as suas forças com a mão direita. O corpo dele, que saiu voando, foi parar em cima de alguns botes de borracha.
Depois disso, o homem não se levantaria tão cedo.
Agora, faltava mais um. Juntando ele, eles teriam derrubado todos os quatro.
“Boruto, seu ombro está sangrando…”
Sarada correu até Boruto, que estava com o ombro direito machucado.
“Não é nada demais, ‘ttebasa”
“Por enquanto, precisamos parar o sangramento. Eu vou pegar um pedaço de pano”, Sarada disse, pegando uma kunai. Boruto sentia que aquilo não era nada sério, mas ele apenas acenou e movimentou os braços para tentar retirar sua jaqueta. Nesse momento…
—Crackle
De repente, com um som semelhante a fogos de artifícios, o corpo de Boruto endureceu. De novo. Aquela sensação de perder o controle sobre o próprio corpo.
Foi exatamente assim quando ele estava no show se passando por Lily.
No momento que ele pensou ‘droga!’, ele já estava sendo manipulado. Seus braços se movimentavam sem ele comandar, e então, ele apanhou a kunai das mãos de Sarada.
“Saia daqui, Sarada!”, Boruto gritou.
Sarada se distanciou imediatamente.
“Boruto!? O que está acontecendo?”
“Igual daquele vez… meu corpo…” Ele só conseguiu dizer isso. Nem os músculos do rosto ele conseguia controlar mais.
Seus pés pisavam no chão como se tivessem vida própria.
Sua mão que segurava a kunai, apontava para Sarada.
Um golpe. Outro golpe. Sarada se esquivava agilmente, mas não parecia que ela iria suportar isso por mais tempo. Na escuridão do convés tinha pouquíssimas estruturas nos quais ela poderia se esconder.
“Sarada! Bata na minha cara e me nocauteie!”
“… eu gostaria de que essa manipulação desaparece com isso! Mas como um zumbi, você pode continuar a ser controlado mesmo inconsciente!”, Sarada gritou desesperadamente, chutando uma boia salva-vidas. O lado de plástico da boia atingiu diretamente o rosto de Boruto. Seu rosto parecia estar oscilando, como se ele estivesse perdendo a consciência, mas mesmo assim, o corpo dele continuava a se movimentar agilmente.
O nariz dele sangrava, mas ele não poderia limpar aquilo tendo o corpo controlado.
Droga, o que eu faço?…
Boruto estava tentando desesperadamente controlar seu cérebro.
Quando ele estava preso nessa mesma situação, ele havia conseguido se livrar com a parede de água que Sasuke havia feito com água pura.
Ele não tinha chances de fazer a mesma coisa.
Se eu conseguisse fazer uma parede de água pura assim como o Tio fez, eu seria capaz de escapar dessa situação.
“Quem está o controlando? Pare de se esconder e apareça!”, Sarada gritou enquanto verificava todos os arredores.
Boruto tentou moldar chakra pelo corpo. No entanto, não havia funcionado como ele esperava. Ele não tinha controle do seu próprio corpo ainda. Ele respirou fundo.
Vamos esquecer da minha situação por um momento… esquecendo-se de Sarada, de seu corpo movendo-se por conta própria, da dor em seu ombro e tudo mais, ele isolou tudo dentro de uma parte de seu cérebro.
A única coisa que ele focou em sua mente era a imagem de água gelada. Sem incluir suas impurezas, apenas com hidrogênio e oxigênio…
A esgrima da kunai que ele segurava estava socando com força para baixo e perfurou o convés do navio profundamente. Lascas de madeira voaram ao redor e perfuraram as bochechas de Boruto.
Preparando sua consciência desordenada, Boruto focou em moldar chakra novamente. Ele acalmou seus ânimos e imaginou novamente moléculas de água.
O corpo de Boruto, que estava se movendo por conta própria, balançava a kunai de um lado para o outro. Já que Sarada evitava esses golpes com seus reflexos incríveis, Boruto acabou desabando com força no chão, perdendo o equilíbrio, e sem poder cair com segurança, bateu severamente o rosto.
… eu não posso perder o foco… eu não consigo fazer nada, não há jeito de eu fazer algo como água pura nessas condições, ‘ttebasa…
A mão esquerda de Boruto, que não estava com a kunai, também não podia ser controlada, e a mesma foi para o seu bolso de trás.
“Sarada! A shuriken!”, Boruto conseguiu gritar.
A mão esquerda dele pegou a shuriken e jogou em Sarada.
—Whoosh
A shuriken cortou o ar enquanto rodopiava violentamente, cortando o ombro direito de Sarada.
“Ouch!”
Com sangue escorrendo pelo ombro, Sarada fez uma careta de dor. Aproveitando a chance, Boruto correu até Sarada com a kunai.
“Sarada, saia dai!”
A kunai reluzia.
Sarada evitou-a, a kunai chegando tão perto ao ponto de passar pelos fios de seu cabelo, fazendo com que fios pretos caíssem no chão. Boruto, que levantava a kunai em cima da cabeça, avançou em Sarada, que tinha perdido o equilibro.
“Esquiva-se, Sarada!”
Encarando o rosto de Boruto, que havia gritado em um tom desesperador — Sarada sorriu fracamente.
“Boruto, você não deveria se esquivar agora”
“Ah?”
Na frente dos olhos confusos de Boruto, Sarada puxou algo na ferramenta cientifica ninja em seu pulso. Ela pegou um pergaminho e segurou na frente dela.
O que saiu daquele pergaminho era… água.
Uma grande quantidade de água explodiu pelo pergaminho, e os rodeou por completo.
“O quê?”
Rodeados por uma grande quantidade de água, Boruto oscilou e caiu no convés.
“Ouch…”, quando ele tentou se levantar, ele percebeu que havia recuperado o controle do corpo novamente.
“Então, isso…”
“Água pura. Meu pai quem fez isso”
Sarada, que estava tão ensopada quanto Boruto, sorriu com orgulho. A ferramenta cientifica ninja que seu pai havia lhe dado antes deles se separarem os salvou. Aquilo era a água pura dele para quebrar o controle de ataques por estilo relâmpago.
Boruto se levantou, recuperando suas forças.
Ele olhou fixamente para a mão molhada.
Água pura — sem impurezas, uma mistura de hidrogênio e oxigênio. Ele achou que se lembraria dessa sensação, para poder ser capaz de criar algo assim com seu próprio poder numa próxima vez.
Boruto ficou com o corpo tenso. O inimigo deveria controlar muito bem correntes elétricas de uma posição onde se poderia assistir a todos os movimentos do corpo manipulado. Havia uma grande possiblidade que a pessoa estava assistindo eles nesse exato momento.
Ele se posicionou de uma maneira de que ele e Sarada ficassem de costas um para o outro, para compensar seus pontos cegos, e prestar a atenção em qualquer movimento. Ele examinou cuidadosamente a situação deles, mas minutos se passaram, e o inimigo não fez nenhum movimento.
“… será que fugiu?”
Aconteceu algo quando eles estavam adivinhando quem poderia ser, mesmo com eles em alerta, prontos para a batalha.
—Clink.
Houve um som fraco, como se tivesse duas engrenagens se chocando. Surpresos, eles olharam em direção da origem do som. Momentos depois, uma parte do convés explodiu.
Desviando-se das lascas que voaram em todas as direções, Boruto e Sarada pularam para se salvar, Boruto para a direita e Sarada para a esquerda. A explosão não fora tão grande, mas foi o suficiente para cavar um buraco entre eles.
—Thud! Thud!
Uma bala atingiu a coxa de Boruto. A segunda passou de raspão.
Boruto, que virou-se em direção a origem de bala, olhou para o rosto da pessoa que estava ali — ele não conseguia acreditar.
“Me desculpe, Boruto-kun”
Lily.
“Por que, você…”
Boruto ficou pálido, e sua voz estremeceu, “Você… esse tempo todo você era uma pessoa ruim?…”
“Ruim? Só se for para você”
A expressão de Lily era fria e hostil. A arma de fogo que ela carregava estava apontada diretamente para Boruto. O traje roxo que ela usava, denunciava que ela era membro da Religião da Lua Púrpura.
Percebendo que Boruto não conseguia se mexer por estar em estado de choque, Sarada deu voz a situação.
“E Boruto acreditou em você… eu não vou te perdoar!”, corajosamente, Sarada arremessou uma shuriken. Lily nem se deu o trabalho de se esquivar, tudo o que ela fez foi levantar a mão esquerda. A shuriken lançada por Sarada voou em direção a Lily. Porém, a trajetória da shuriken — que ia em direção ao tórax de Lily — fez uma grande curva do nada, sendo atraída para a mão de Lily.
“…ah?”
Supresa, Sarada arremessou outra shuriken — pela terceira vez. Mas o resultado era o mesmo. A shuriken fazia uma curva estranha, e ia em direção a palma da mão de Lily, como se fosse sugada até ali.
“Não consigo atingir um ponto vital…?”, Sarada murmurou para si, franzindo o cenho.
Toda a palma da mão esquerda de Lily tinha uma espécie de plasma saindo. Aparentemente, ela havia protegido a superfície da mão com corrente elétrica — isso queria dizer que…
“Ela… ela consegue emitir corrente elétrica na mão esquerda e criar um escudo magnético…”, Boruto disse estupefato.
Se ela estava criando um escudo magnético usando corrente elétrica, e esquivando-se de ataques em suas áreas vitais como shurikens e kunais com a força magnética — eles não conseguiriam causar nenhum dano a ela com ataques de longa distância. Precisavam de outra tática para enfrentá-la.
“Bom, então é combate corpo a corpo, ‘ttebasa”
Boruto correu vigorosamente até Lily.
Lily pegou as quatro kunais que penetraram sua palma, e as jogou em direção a Boruto. As shurikens lançadas em Boruto seguiam quatro direções distintas, incluindo seus pontos cegos.
“Esquivar-se de todas será impossível…!”
Sabendo que alguma delas iria o atingir, Boruto ficou na defensiva para proteger seus pontos vitais. No mesmo momento — ching, ching — as shurikens caíam no chão. Quando ele percebeu que Sarada havia impedido todas de chegar até a ele com suas próprias shurikens, o corpo de Lily já estava de frente com ele.
“…!”
Boruto segurou a ponta da arma que Lily apontava para ele e a forçou para cima.
—Thud! Thud!
O barulho dos tiros fizeram seus dedos tremerem. As balas desapareciam pelo céu.
Tentando se livrar da arma, Boruto puxou o braço para trás com toda a sua força. Contrário as expectativas dele, Lily soltou a arma.
“Ah?”
Perdendo o equilibrio, Boruto cambaleou.
Aproveitando a chance, Lily socou Boruto.
Ela havia enfiado suas grandes unhas dentro da boca dele.
“—droga!”
Boruto mordia os dedos de Lily que estavam em sua boca, com toda sua força. Mas ao invés de ela retirá-los, ela sorriu com o gesto.
“Se seu corpo é pura água… eu irei fritá-lo com eletricidade”
Em um instante, Boruto sentiu uma dormência violenta, como se seu corpo estivesse queimando.
“Ah!!!”
Seus olhos queimavam e seu corpo cambaleou para trás violentamente. Todos os seus músculos convulsionavam, e seus órgãos internos sacudiam. Sua mente deu um branco. Boruto tentava desesperadamente ficar consciente. Ele não poderia desmaiar nesse momento, e perder uma luta de dois contra um.
“De jeito nenhum que um ninja perderá uma batalha contra uma famosinha!”
Ele levantou sua mão direita trêmula e segurou o pulso de Lily com toda a sua força, enquanto começava a moldar chakra com sua mão esquerda.
Ele tentou lançar o Rasengan — mas os músculos de seu braço não o obedeciam.
“…guh…”
Suas costas rangeram e curvou-se para trás com violência, fazendo-o soltar um grunhido.
“Eu não tenho tempo para hesitar. Eu não tenho escolha a não ser fazer isso—“
No momento que ele estava prestes a lançar o Rasengan…
“Shannaro—!!!”
Com um grito determinado, o joelho de Sarada atingiu o estômago de Lily.
Lily retirou os dedos de dentro da boca de Boruto de imediato. O corpo magro da ídola caiu com violência no convés — dando uma cambalhota.
Livre da corrente elétrica, Boruto ficou de joelhos.
“Haa, haa, ha…”, ele limpou o suor de sua testa, respirando erraticamente.
—Sheeew… o Rasengan que ele havia criado desapareceu.
“Boruto, você está bem!?”, Sarada estava preocupada.
“Aham… você me salvou, ‘ttebasa”
“Essa Sarada, ela é impiedosa… garotas realmente não se seguram quando é para lutar a sério”, eles ouviram a voz de Lily.
O alívio de Boruto durou apenas um momento.
Parte do braço da jaqueta de Boruto se levantou, inchando-se do nada. Uma kunai que estava guardada no bolso do braço da jaqueta, saiu dali por conta própria — perfurando o tecido.
“Droga!”
Ele tentou segurar a kunai, mas foi em vão. Seguindo com os olhos a direção da kunai, ele viu o braço esquerdo de Lily se levantando — a mão aberta. A kunai perfurou a mão sangrenta de Lily.
Lily deu um sorriso fraco, e com a outra mão, pegou a kunai — que tinha sido atraída pelo magnetismo que ela criara com a mão esquerda.
Ela lentamente começou a mirar a kunai… mas não em Boruto, mas na própria garganta.
As invés de ser pega e ser presa, ela preferiria se matar. Era um comportamento comum entre os membros da Religião da Lua Púrpura.
“Lily, pare!”, Boruto correu até ela.
Eu não chegarei a tempo…
No segundo seguinte, um vulto de capa preta apareceu por trás dela. A mão de um homem segurou firmemente o pulso da mão onde Lily segurava a kunai. Sasuke fez com que ela jogasse a kunai, sendo arremessada no mar.
“Parece que você desrespeitou sua prisão domiciliar”
O corpo de Lily endureceu.
A voz de Sasuke parecia quase que normal, mas era notável o tom ameaçador escondido — causando-lhe arrepios.
Quando ela lutou com Boruto e Sarada, a diferença entre poderes não era gritante — era o suficiente para que ela pudesse encará-los. Mas com a presença de Sasuke ali, ela sabia que não haveria nenhuma chance.
Mesmo assim, ela se virou para trás e encarou os olhos de Sasuke — sem vacilar com o olhar.
“Eu prefiro morrer a ser capturada por vocês”
Estava claro que mesmo que ela pensasse em tentar novamente, Lily não conseguiria tirar a própria vida. Além de não ter arma alguma em mãos, ela estava sendo segurada pelo famoso Sasuke Uchiha — ela não tinha nenhuma chance de ganhar.
“Lily…”, a voz de Boruto estava trêmula, “Por quê, ‘ttebasa?”
Sem dizer nada, Lily fez uma expressão quase que melancólica, e baixou a cabeça. Boruto cerrou os punhos e falou alto em frustração.
“Eu pensei que havia aprendido tudo sobre os famosos, e que eram pessoas incríveis… mas tudo isso era uma farsa?”
Frustrações insuportáveis preenchiam o coração de Boruto.
De repente, um som alto veio da proa.
Quando ele se virou em direção ao som, o homem que deveria estar nocauteado abaixo dos botes de borracha, apontava uma arma para eles.
“Esse cara… ele acordou, droga!”
Boruto correu até o homem. O homem, ao notar que seu ataque surpresa não daria certo, virou em direção ao corrimão do navio e subiu ali.
Levantando as mãos para cima, ele ficou de costas para o oceano e se jogou.
“Whoa… outro suicídio?”
“Boruto, não!”
Sasuke segurou fortemente o ombro de Boruto, que estava prestes a correr até o homem para impedi-lo.
—Dooooong!
Uma grande coluna de água apareceu, e o navio balançou violentamente.
“Ele se explodiu? Ele estava carregando uma bomba?”
“Não. Provavelmente ele usou o estilo relâmpago quando caiu na água”
O problema era que o lugar que o homem havia causado a explosão tinha sido bem abaixo do navio.
O navio era estruturalmente fraco do lado de fora.
Uma grande rachadura na vertical atravessou o casco no imenso navio. O navio, que se mexia de um lado para o outro por conta das fortes ondas, fazia a rachadura aumentar ainda mais.
Ouvindo o som de alguma coisa se quebrando ao meio, o navio se dividiu em dois.
“Vamos afundar!”, Sarada gritou, mas Sasuke a acalmou, “Não entre em pânico. Um navio como esse não vai afundar se eu congelar o mar em volta”
“Ehh? Você consegue fazer uma coisa dessas, papai?”
Naquele mesmo momento, um vulto vermelho-acastanhado passou pelos olhos de Boruto.
Quando ele percebeu, era Lily pulando em direção a grande cratera ocasionada pela rachadura do navio.
“Lily!”
Se corpo agiu sem ele pensar.
Boruto pulou na cratera, seguindo Lily.